As luzes acedem e apagam num piscar de olhos,
Os carros correm cada vez mais, a aglomeração também.
Pra onde estamos indo?
As chuvas de Janeiro não param de cair.
Todos continuam deslizando. O friozinho de Abril parece demorar a chegar.
Para morrer, basta um segundo. Basta um segundo, para morrer.
Multidões, gritos, barulhos, auês, motores, AH!
Fome, some, come. Marte, Júpiter, Plutão.
O mundo não para, a liberação de cO2 também não.
Que se dane o que as pessoas pensam, que se danem os dias monótonos.
Fazer, querer, poder. Sem imperfeição na conjugação.
Começar, recomeçar, agora! Sem adiações.
Dance, se atrase, gargalhe! Viver no horizonte, sem casa, sem fonte.
Cante, descanse, esqueça as rimas, sorria.
Sem pressa, viva la vida.
(Renan W. P. Costa)
