sábado, 18 de fevereiro de 2012

Cinzamente-azul

Foi em outros luares
que você me apareceu.
Sem início algum,
seu brilho convenceu.

Meus dias castanhos
foram como um semi-outono.
Duro, cruel,
mas você era o dono.

Feito um abajur dentro
de um livro,
sua presença fez o claro e o legível.

Editastes então
as linhas de minhas mãos,
transformando traços
em um grande coração.

Dentro dos seus braços,
sem qualquer fracasso,
eu adormeço, escureço,
amorteço e enterneço.

E assim,
feito um botão reiniciar,
uma ou duas vezes em nosso luar,
- agora sim o nosso luar -
você me traz de volta pro mar.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Dê-novo

Os raios estão de volta, timidamente
secando as estradas, nivelando os estragos.
O azul floresce sob minha cabeça
indicando possíveis devaneios.

Os ponteiros continuam eternos
transformando -agora- água em riso.
O alaranjado invade o verde canteiro
indicando rosa, azul e vermelho.

Feito pupila dilatada,
eu entro pela fresta do seu sorriso amarelado
que, se mistura com o meu prateado,
formando um novo estado açucarado,
exacerbado,
incontrolado,
apaixonado.
De novo e de novo.