Águas no corredor te trazem até a mim. Cheiro fechado, vitrô apertado. A margarida sorri e, sozinha, nos filma. Alguns passos inclinados a fim de xícaras achocolatadas, e bombocados. E então, olho-te de cabelo amassado para o teto.
Quando os ponteiros
se encontram,
nós caminhamos em direção aos
tomates vermelhos e às caras de azedo.
Têm panfletos, livros e fotografias.
A plateia nos admira sob
o sorriso grande e alaranjado do sol.
Visto-te de botões
velhos e caramelados.
Bebo as uvas do teu quintal
para esquentar os ossos das mãos.
Algumas jaulas nos separam do amor puro, do riso repreendido,
da inocente alegria.
À noite, uma carruagem prateada suga minhas cores
e meu cheiro de alecrim.
O quarto vazio ainda possui
as tuas bobices e
teu perfume de jardim.
Com os olhos fechados, ouço teu assobio e vejo tuas caras de saxofone. O passarinho, então, canta.