quarta-feira, 13 de junho de 2012

Cultivados

Uma pequena harpa soa
Nos teus sorrisos meus.
O sol penetra ao verde dos galhos floridos.
Enquanto eu olho p'ro chão,
Vejo um pinhão, bonito e marrom.
Teus braços me enrolam ladeira a baixo.
À noite, quando as pálpebras
Do mundo se encontram:
Lantejoulas amarelas num céu
Feito de pózinho azul marinho.
Teu corpo, tua mão,
Um horizonte sem fim.


sábado, 2 de junho de 2012

De uva em uva



Águas no corredor te trazem até a mim. Cheiro fechado, vitrô apertado. A margarida sorri e, sozinha, nos filma. Alguns passos inclinados a fim de xícaras achocolatadas, e bombocados. E então, olho-te de cabelo amassado para o teto.

Quando os ponteiros
se encontram,
nós caminhamos em direção aos
tomates vermelhos e às caras de azedo.

Têm panfletos, livros e fotografias.
A plateia nos admira sob
o sorriso grande e alaranjado do sol.

Visto-te de botões
velhos e caramelados.
Bebo as uvas do teu quintal
para esquentar os ossos das mãos.

Algumas jaulas nos separam do amor puro, do riso repreendido,
da inocente alegria.

À noite, uma carruagem prateada suga minhas cores
e meu cheiro de alecrim.
O quarto vazio ainda possui
as tuas bobices e
teu perfume de jardim.

Com os olhos fechados, ouço teu assobio e vejo tuas caras de saxofone. O passarinho, então, canta.