sábado, 24 de setembro de 2011

Relevos

As estradas estão cada vez mais estreitas.
O destino está cada vez mais distante.
As pétalas já não estão tão vivas e,
Os espinhos aos poucos as enforcam.

As águas que escorrem entre as pedras do meu corpo
estão deixando expressões cada vez mais profundas.
As lâmpadas estão se estourando.
O sol está me abandonando sem ao menos
evaporar as dores que carrego sobre essas rochas encharcadas.

Agora estou me rendendo,
Desprendendo todas as amarras.
Meu coração implora às forças superiores:
Soluções, cura, amor.

Ainda tenho fé que lhe entregarei margaridas
E que tudo isso cicatrizará.
A vida quer matar você de mim,
Mas eu retirarei todos os espinhos que nos rodeiam,
Nem que pra isso eu precise cortar os meus dedos.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Céu azul

Todos os dias vivo um recomeço
Sonhos morrem e outros nascem
Minhas metas, minhas estradas
Meus caminhos, minhas vidas
Já não sei por onde seguir

Duas décadas de indecisão, milhares de dias de investigação
Passo o tempo todo à procura de algo que, nem sei exatamente o que é
Às vezes penso que o algo é felicidade
Às vezes repenso e dispenso

Antes de morrer, à noite, questiono-me: em até que ponto posso ir?
Não existe meio termo, ora pondera, ora não pensa
Preciso mesmo ponderar antes de agir?
Preciso mesmo enrolar-me em faixas com frases do tipo: ''use o bom senso!'' ?

Às vezes penso que o algo é liberdade
Dai-me então um dia livre, dai-me asas
Tirem de mim os limites que impõem sobre minhas mãos
Me poupem do ''certo e errado''
Me privem do ''pode e não pode''
Me livrem do ''faça isso, não faça aquilo''
Dai-me asas, dai-me garras
Dai-me então um céu azul