sábado, 26 de março de 2011

Devaneio

E lá vem o pato com suas melancolias.
As estradas, os montes, as águas estão mesmo em um estado de graça. Havia muito tempo que ele não se sentia tão, tão... indescritível. Fazia tempo que não via imenso panapaná.
E assim seguiu, caminhando por horas, por lugares misteriosamente maravilhosos. Mergulhou-se então em um mundo curioso, mundo esse que só existia pirlim pim pim.
Após sua grande jornada em busca de seu ouro, o pato, nem fizera muito esforço e, de repente, estava de frente com o seu triunfo. Ah.. agora sim pode-se dizer: Nunca se sentira assim antes.
Um atrito de fantasia e realidade. Dois olhares, dois sorrisos e, um amor.
O que sentira? Não sabe-se descrever. Sabe-se apenas sentir.
Os dias então, foram passando, hora a hora, minuto a minuto, segundo a segundo e... Sim, posso afirmar que, o tal do pato, intensificou cada centésimo de sua realização. Sorriu para cada surpresa. Gargalhou para cada gargalhada. Olhou para cada olhar e, bateu por cada batida. Como era recíproco...
E então, os milésimos disseram-lhe ADEUS, ou melhor, disseram-lhe um.. ''Até logo''.
O patinho, tristonho, despediu-se. Disse o tão desejável e indesejável: Até breve.
Logo, as estradas, os montes e as águas já não tinham tanta graça. Mas embora tão grande o preto e branco, os devaneios coloridos, aos poucos, traziam toda a doçura de volta.


(Renan W. P. Costa)