sábado, 25 de junho de 2011

Êxtases

Dia, dia, noite!
O sol está apagando, as lâmpadas acendendo
Lustres filmam a mesa encharcada de águas pacificas

A noite só está começando
Os vagalumes estão mais belos hoje
Uma outra alma está nascendo em mim

Aos poucos caminho até você
Estou dançando em teu olhar, estou bebendo nos teus lábios
Minhas pernas se foram, levando consigo todas as estiquetas

Águas atlânticas pulam até chegar em meu cérebro
Pulam, rodam, gritam, cantam
Eu já não lembro dos meus problemas, nem sequer sei quem sou

Não quero saber, eu não preciso de nada além dos meus amigos agora
Só quero continuar fumando minhas tristezas, bebendo minhas mágoas
A roda está pronta, o tempo está acabando...
Venham, entrem, me emprestem suas vozes
Me deixem em glória p'ra sempre

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Meu eu à você

Eu quero ser uma das suas cinco pontas.
Quero ser a areia em que você arruma teus cílios e lentamente passa teu batom radiante.
Ser esmalte, spray... Escorrer entre teus dedos. Ficar invisível diante do teu aroma.
Quero ser o blazer que te leva aos consertos da vida. Ser teu conselheiro amoroso.
Assim como em meus sonhos, quero dividir com você uma gravidade diferente. Transformar teu "1" em par.
Poder ouvir teu canto ao sussurrar... Confesso que ouço teu canto até quando choras...
Eu aceito ser aquelas pedras que você agride com os pés e, que tanto acaricía com as mãos.
Aceito ser teu chão, teu abajour, ou até aquele anel ignorado.
Eu posso ser tudo, desde que você me tenha.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Inventores

E o amor... Quantas faces ele têm? Afinal, será que ao menos ele existe?
O amor não existe sozinho, não há possibilidades de ''somente amor''.
É como se fosse um coração que precisasse de todo o resto para funcionar com êxito.
O amor precisa do oposto. Precisa de egoísmo e ira. Ele funciona como um epitélio que reveste os vilões. É um verdadeiro parasita, um inventor nada modesto.
O que não tenho de ''tantos anos vividos'', tenho de contos imaginários e físicos, lidos. Tenho livros, revistas, conceitos, e, todo o capitalismo para me indicar o que é e o que não é.
Nem mesmo os poetas mais românticos descobriram qual é a formula de ''sentir sem dor''.
Não.. não é nada disso. Chega de fugir da culpa. O amor não é falso-sentimento. E ele não precisa de nada oposto para sobreviver.
Esse que tanto almejamos, existe, porém o erro é coletivo: tentamos moldar o próximo. Tentamos fazer com que eles sigam um manual de instruções que defina a forma certa de amar.
Apontar os outros erros é mais fácil que assumir os nossos próprios. Desfaça então. Desfaça todas as condições egoístas, todas as idealizações. Viva o que é real. Viva o que lhe dão. Não cobre mais pelo impossível.